segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Onde fazer?

Resolvida a questão do avião a ser construído, o Zenith STOL CH 750, e decidida a forma de construí-lo, por KIT, resta equacionar o "onde".
Sou aeromodelista há mais de 25 anos e sempre me diverti muito mais projetando e/ou construindo meus aeromodelos do que pilotando. Voar meus equipamentos sempre foi uma decorrência natural de meu hobby que é a construção desses aparelhos. Ali eu posso viajar na "maionese", e o faço com frequência, acrescentando soluções e detalhes que podem transforma um simples treinador num lançador de foguetes ou bombas. Tive a feliz oportunidade de edificar, em minha casa, uma pequena oficina (a DIRETORIA) onde passava horas relaxando, mas esse cômodo, que se adequava bem ao aeromodelismo, era muito pequeno para se construir um avião como o STOL.
Conversei com a Roseli, a dona da pensão e, com sua ordem, planejamos uma reforminha que consistia em quebrar duas paredes e juntar a minha oficina ao quartinho dela. Assim foi feito.
Em um dia, após retirarem quase tudo dos cômodos e amontoarem em nossa varanda, a turma quebrou as paredes, mexeu em fiação, esgoto, água, tirou porta, e janela, enfim, deu um tapa geral.
Paredes quebradas e fiação pendurada. Muuuiiito pó
Uma parte dos armários de aço ainda estava no lugar. Mais pó....



Varanda totalmente tomada por traquitanas e quinquilharias.

Sem churrasco por um tempo. Ao fundo, ainda se vê uma porta com a legenda: DIRETORIA.

Quebrar foi fácil mas montar tudo de novo demorou duas semanas. O que me preocupava mais era como fazer para colocar tude de volta, em seu lugar, e ainda sobrar espaço para trabalhar. Resolvi utilizar a técnica dos 5S que aprendi em um curso de gestão em Qualidade Total. O que era realmente útil voltava para a oficina, o que só usaria eventualmente, seria acondicionado no topo das prateleiras, o que dificilmente usaria mas que possuía ainda algum valor doaria, emprestaria, venderia ou mandaria par um barracão, numa propriedade rural que temos. O resto seria lixo.
Ao término da obra eu e Roseli (a dona da pensão) começamos a limpar, classificar, acondicionar e guardar as coisas. Trabalhamos das 8:00h até às 13:00 direto, almoçamos e continuamos até às 15:00. Pedi arrego! Estava mais quebrado que arroz de terceira. Doíam as batatas das pernas, costas, e braços. Tomei um banho e deitei um pouco. A "veínha" veio atrás, cheia de má intenção (queria descansar um pouquinho e voltar logo pro batente). Já me encontrou com as pernas para cima, quase morto. Falei que iria tirar um cochilo e depois iria para o Clube de Aeromodelismo. Saí lá pelas 16:30h e ela resolveu voltar para a arrumação. Voltei às 20:00h e a encontrei quase morta, com cara de piedade, toda dolorida, andando curvada e reclamando da vida. Quem manda abusar. Falei pra ela que nunca mais a contrataria pra faxina. Ainda bem que a panela era pesada e ela já estava sem forças, se não era panela de pressão no escutador de lorota, na certa.
Vista externa da obra conclusa (quase)...


Foto tirada antes de começarmos a guardar as coisa. Ainda falta a porta grande, parte elétrica e a limpeza final.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Oh! dúvida cruel.....

Dúvida, dúvida, dúvida, dúvida. Agora o bicho pegou.....
Tinha em mente o CH650 mas não o conhecia, acrescente-se a isso terem maldito seu antecessor o CH601 (que é um projeto mais antigo e defasado) por ter ocasionado alguns acidentes fatais por flutter. Realmente isso ocorreu e em Novembro de 2009 houve uma recomendação à FAA para que todos os Zodiacs CH 601 permanecessem no chão até que a solução para o problema fosse encontrada e implementada.(http://www.aviationservicesdirectory.com/permalink.php?id=413)
Isso me deixou com um pé atrás quanto à possível má fama que poderia contaminar seu irmão, o Zodiac CH650 e trazer dificuldades numa futura venda. Resolvi não arriscar...
O SONEX estava fora de questão pois não pretendia voar como sardinha enlatada, por mais impressionante que fosse essa lata. O STOL CH 701, que voei com o Jean, enquadrava-se na coluna das "latas de sardinha" sem o apelo da "buniteza" e performance que tinha o SONEX. E agora, quem poderá me ajudar...? Nada de Chapolim Colorado, por favor.

Racionalizei minhas necessidades e minhas aspirações;
Quero um avião que: me caiba (isso é o mais difícil), tenha uma velocidade de stall relativamente baixa, tenha uma velocidade de cruzeira por volta ou acima dos 150km/h (100 milhas/h), possa pousar com segurança em áreas não pavimentadas (grama, e.g.), seja de construção simplificada, seja totalmente de alumínio, que seu preço caiba em meu bolso (R$ x prazo).
A resposta a essas questões estava ali, ao meu lado, o tempo todo: o irmão do meio da família Zenith STOL, o CH 750.


Adicionar legenda





Workshop em TATUÍ

Ainda em Outubro de 2010 fui a Tatuí num WS da ABRAACE.
O ws foi muito bom, repleto de novas informações para mim pois, o tema abordado nesse ws era relacionado a tudo que se referia a materiais (focado na escolha), e construção (scratch-building). Depois de uma manhão com aula teórica fomos, na parte da tarde à oficina, ainda no aeroporto municipal de Tatuí, para pormos em prática um pouco do que tínhamos aprendido. Construiríamos uma seção de asa do SONEX (bordo de ataque) partindo de chapas de alumínio. Um grupo de construtores da melhor qualidade orientava-nos durante todo o tempo, dando dicas, tirando dúvidas e botando a mão na massa.
Percebi que é possível fazer um avião nos fundos de casa, com toda segurança e tecnologia. Não é bicho de sete cabeças não, desde que você se prepare, se informe, tire dúvidas e conte SEMPRE com a orientação de Engenheiro Aeronáutico (sem ele não se pode registrar a aeronave e receber o prefixo PU).
Trabalhamos até o anoitecer, fomos para o hotel tomar banho e jantamos numa pizaria.
No outro dia demos um repasse nos materiais que trabalhávamos enquanto o Sergio ostrava seu WAIEX (irmão, com cauda em V, do SONEX) a todos.
Fique apaixonado pelo avião, é uma belezinha. Pare até um aeromodelão.
Entramos, eu e Roseli, e nos sentamos lado a lado em seu cockpit. Veio a decepção: eu sou grande demais para ele, fiquei apertado, todo torto, a capota batendo na minha cabeça. Ficamos imaginando como fazer pra caber um elefante num fusquinha, levanta capota, entorta manche e aí por diante.
Pena, pois era um avião que tinha tudo pra servir. Não seria dessa vez que me decidiria.





Na verdade, posteriormente adquiri o DVD "Scratch Building Basics for Metal Aircraft" da empresa "HomebuiltHELP" que demonstra muito bem os procedimentos ensinados nesse WS. Abaixo uma amostra desse vídeo:


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Mudança de rumos ou WS na AVBRAS.

Como eu disse, convergia.
Em meados de outubro fui a Sorocaba, SP, participar do 5° Workshop promovido pelo representante da ZENITH AIRCRAFT COMPANY no Brasil, a AVBRAS. A empresa americana é a fabricante de vários aviões entre eles o ZODIAC CH650, o famoso e mundialmente copiado STOL CH701 e seu irmão do meio o STOL CH750, todos biplace, lado a lado. Seriamos quatro a participar, mas por obra do destino (novo alinhamento planetário?) apenas eu compareci. Fui tratado maravilhosamente bem e recebi toda atenção por parte do Jean, responsável pela AVBRAS e ministrante do curso como também por sua esposa Thaís.
Depois de uma explanação a respeito do projetista CHRIS HEINTZ passamos então aos fundamentos da construção do kit. Participei da montagem do leme de um CH 650/701/750, passo-a-passo e pude reparar na excelente qualidade dos materiais e do acabamento, assim como a praticidade na pré-furação, o que diminui drasticamente o tempo de montagem evitando erros nas marcações dos furos para o arrebites. No outro dia fui conhecer o STOL CH 701 do Jean e aproveitamos uma janela do tempo e pudemos conhecer o equipamento em vôo.
Confesso que fiquei muito bem impressionado com a qualidade do KIT e a robustez e a docilidade do STOLzinho.
Voltamos para Rio Preto ainda naquele dia mas ainda havia mais um workshop a fazer e conhecer um outro concorrente, o SONEX.




Gostaria de acrescentar que o que fizemos, na prática, nesse WS pode ser encontrado de forma bem didática em um vídeo da "HomebuiltHELP",Metalworking101 with Rudder Workshop. Porém o contato com o kit e a familiarização com as técnicas e as ferramentas são de suma importância. Recomendo, inclusive, o estudo desse vídeo antes de se fazer o WS, dessa forma o aproveitamento será muito maior. Abaixo uma amostra desse vídeo.


Caminho que segui

Depois de muito pesquisar na web comecei definir alguns parâmetros para a escolha do avião que iria construir.
A primeira certeza era que o aparelho deveria ser um projeto PROVADO, com muitos irmãos voando pelos céus. Outro ponto importantíssimo para quem praticamente aprenderá a voar em seu avião sua velocidade de pouso e decolagem, que devem ser as mais baixas possíveis. O equipamento deve ser confortável, amplo, a manutenção dessa aeronave deve ser facilitada pelo tipo de construção e materiais utilizados. Os materiais utilizado deveriam ser os mais resistentes quanto a ação do tempo.
Dessa última condição nasce o critério de se adotar um avião todo em alumínio.
Isso já me ajudou muito pois fechou um pouco o funil e diminuíram as opções ao meu dispor.
A facilidade de construção também é algo que devemos levar em conta, principalmente se marinheiro de primeira viagem como eu. Apesar de construtor de aeromodelos há 25 anos, essa próxima tarefa deve ser pensada com reserva.
Nessa fase, minha escolha já se direcionava par dois equipamentos que apresentavam, basicamente, diferenças de configuração e performance, mas eram testados, com KITs de excelente qualidade, passíveis de se construir a partir da planta, provados e com várias aeronaves em vôo e com preços até certo ponto toleráveis aqui no Brasil.
Minha escolha convergia para o SONEX (http://www.sonexaircraft.com/) e para o ZODIAC CH 650 (http://www.zenithair.com/zodiac/ch650/index.html)

Algumas palavras.

Há muito tempo, venho alimentando o sonho de montar, e depois voar, meu próprio avião.

Parece que os astros se alinharam e, nessa conjuntura cósmica, aquilo que era sonho começou a tomar forma.

Havia muitos detalhes a serem deduzidos. Que avião construir? Que características eu queria que esse avião tivesse? Metal, madeira ou fibra? Quanto poderia gastar R$? Em quanto tempo gostaria de construí-lo? Onde construí-lo? Quantas horas semanais seriam empregadas em sua construção? Teria ajuda? Quantas perguntas a serem respondidas antes de se dar o passo seguinte!

Um dos segredos para se chegar às respostas é  p-e-s-q-u-i-s-a. Foram muitas horas esmiuçando sites de projetistas e construtores, fóruns de discussão, revistas de aviação experimental, etc.

Fiz pelo menos 2 workshops com propostas diferentes para responder a uma simples questão: KIT ou Scratch-building.

As respostas a que cheguei virão com o desenrolar do projeto: a construção e vôo de um avião LSA (Ultraleve avançado).

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